segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Boataria F.C – Parreira deve ser anunciado como novo técnico do Santos

A queda de Adilson Batista estava anunciada: time jogando feio e perdendo a ofensividade; Neymar deslocado da ponta esquerda e rendendo menos; e torcida insatisfeita com empates na Libertadores e Paulista.

No domingo (27) à noite, o técnico, com um cartel quase invicto, porém, de baixo aproveitamento (5 vitórias - 5 empates - 1 derrota), foi demitido. Ocupa seu lugar o bom interino Marcelo Martellote.


Alguns nomes foram sondados na Vila.

Abel Braga, é um dos nomes mais fortes. Porém, seu contrato com o Al-Jazira vence somente em maio e a multa recisória é de R$ 3,32 milhões. Depende da maleabilidade do xeque.

Ney Franco, comandante de Neymar no título do Mundial Sub-20, declarou sua intenção de permanecer como auxiliar de Mano Menezes. Carta fora do baralho.

E Carlos Alberto Parreira (Sim, eu disse Parreira!) está sem clube e com anseio de marcar novamente seu nome no futebol antes de se aposentar de vez. Segundo fontes da baixada, ele será o novo treinador do Santos Futebol Clube a ser anunciado antes do fim dessa semana.

Um bom nome? 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Racha no Clube dos 13 pode fazer o futebol brasileiro voltar 10 anos no tempo

Como era de se esperar o Clube dos 13 rachou esta semana. O Corinthians abriu a debandada, e até o momento ainda há a possibilidade dos quatro grandes do Rio também aderirem a saída, já que estes clubes acreditam que negociando seus direitos de transmissão sozinhos podem ganhar muito mais. E se isso não acontecer?

São muitas as hipóteses. A que mais se comenta é a da formação de duas ligas, fazendo com que o que até então era visto como impossível, possa se tornar realidade. Logo agora em que tudo se encaminhava para um final feliz e aparentemente abria-se uma nova e positiva página para a história do futebol brasileiro.

Isso porque o Clube dos 13, representante dos principais clubes do país, comprometeu-se a distribuir um edital de concorrência às emissoras interessadas em transmitir o campeonato brasileiro a partir de 2012. Neste edital o valor mínimo para que se selasse o acordo seria para a emissora que pagasse pelo menos 500 milhões de reais, valor que posteriormente seria repassado aos clubes. Vale lembrar que hoje em dia se paga a metade.

A verdade, e todos sabem, é que o futebol virou um negócio gigantesco, e que na essência deveria ser vendido como um produto para atender a sua razão de existir: a paixão de milhares de torcedores. No entanto, infelizmente, ele serve para atender projetos pessoais, preservando e mantendo à sua frente homens com reputação manchada e, como todo negócio, atendendo interesses de todos os lados.

Sabe-se que a CBF e Clube dos 13 nunca bateram. A dúvida que fica é por que o Corinthians, clube atualmente mais próximo do senhor Ricardo Teixeira, teria sido o primeiro a liderar esse racha? Por que os cariocas também têm o interesse em rachar o Clube dos 13? Talvez  porque Andrés, o pivô do racha, foi chefe da delegação brasileira na última copa e pretende suceder Ricardo Teixeira na presidência da CBF.

Mas Andrés não advoga em favor da CBF gratuitamente. Em troca: favorecimentos nos gramados e nos bastidores cujo auge foi a exclusão do Morumbi da copa do mundo e a inclusão de um estádio que ainda nem existe. Cujo projeto conta, segundo a própria FIFA, com 109 erros como aponta o blog de Vitor Birner.

A preocupação agora é que isso não diminua o nosso futebol. Isso relembra  a mesma situação que aconteceu no futebol italiano, quando Napoli e Juventus resolveram se rebelar também contra os direitos de transmissão e lideraram uma revolução. O resultado era óbvio: depois que os clubes perceberam que negociando sozinhos seus direitos de transmissão não ganhariam mais do que antes, quando os mesmos direitos eram negociados por um intermediário, como o Clube dos 13, quiseram voltar aos direitos antigos. Afinal, desde o colégio se aprende que o poder de barganha de muitos é muito mais eficiente do que o de uma única pessoa.

No final, a emissora que nada tinha a perder com toda a confusão aceitou a volta dos clubes. Porém, o jogo tinha se invertido e para voltar se quisessem receber parte do valor negociado teriam aceitar a proposta feita naquele momento sem possibilidade de contestação. Valores esses inferiores aos que recebiam antes.

Moral da história: veja onde o futebol italiano está indo depois desta palhaçada toda e lembre-se que o Brasil não é um país da Europa, aqui o buraco seria mais embaixo...


Felipe “Priso Love” Sanches

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Corinthians vence mais um clássico jogando como Corinthians

Os rivais do Corinthians desperdiçaram oportunidades de manter as gozações após a eliminação da pré-Libertadores. Pelo contrário, são os corinthianos que agora curtem o melhor momento nessa gangorra do futebol paulista.

Primeiro foi o Palmeiras. O arquirrival tinha tudo para fechar o caixão do na época nem tão Todo Poderoso, mas parou nas mãos, pés e travessão do bom goleiro Julio César.

No último domingo foi a vez do Santos. O jogo que era para ser o melhor ataque do Brasil contra uma zaga reserva fraquíssima tomou um rumo completamente diferente. O Corinthians partiu para o ataque no início do jogo com seus dez camisas 9, mas criava poucas chances.

O Santos jogava todas suas fichas em Elano, já que Neymar, fantasiado de Avatar, pouco aparecia para jogar. As melhores chances de ambas equipe eram nas bolas paradas. E em uma cobrança milimétrica de Fábio Santos, o 69, de longe, abriu o placar. O primeiro golão do dia!

No fimzinho da primeira etapa, Elano contou primeiro com a sorte, depois com um petardo de direita para empatar e abrir vantagem na artilharia do Paulistão. Segundo golão do dia!

A etapa final estava tão animada quanto o Godoy, quando Adilson Batista pela primeira vez para a alegria da Fiel, substituiu o bom Rodrigo Possebon pela mula do Adriano. Nas três primeiras jogadas do volante santista ele fez quatro cagadas, a última um pênalti convertido pelo Fábio Santos. O lateral esquerdo ficou a um gol de pedir Eminem no Fantástico.

O Santos não tinha forças para atacar. Com Neymar em péssimo dia e Elano observado de perto pelo Pitbull “Ralf-Ralf”, parecia que o clássico iria terminar 2 a 1. Parecia...

Em ótima enfiada de bola, o camisa 59 corinthiano deixou o novo dono da camisa 9 na cara do goleiro Rafael, que nada pôde fazer após genial toque de cobertura. Que golão, o mais lindo do dia! E que fase de Liédson!

Vai entender esse tal de futebol...

Com os craques em campo o Corinthians perde para o fraco Tolima, joga sem vontade e a imprensa dá adeus ao ano. Sem Ronaldo e Roberto Carlos vence o Palmeiras, o Santos, mantém um tabu de mais de 1 ano sem perder um clássico paulista, destaca as estrelas de Liédshow e Fábio Santos (não esperem mais nada dele) e entra na briga de vez pelo título paulista.

Talvez o Corinthians seja isso mesmo...


Rodolfo Castro
@FutebolBotequim (twitter)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O adeus do Fenômeno

Se algum professor de português ler esse texto receberei uma crítica já no título: Fenômeno, com letra maiúscula? Está errado!

Não, errado está você, com todo o respeito, digníssimo professor. Furacão, terremoto, vento, chuva....todos esses são fenômenos. Ronaldo é Fenômeno, é nome próprio, é ele e só ele.

Hoje é um dia mais do que especial no futebol. Um dos maiores gênios da arte de jogar a pelota está se despedindo dos gramados.....os deuses choram, os torcedores sentem um vazio inexplicável, os homens do marketing perdem um aliado (ou, definitivamente, ganham um).

Tenho alguns diversos ídolos no futebol: Pelé, Zico, Romário, Zidane, Gaúcho, Júnior, Taffarel, Maradona, Hagi, Stoichkov......e Ronaldo, o ídolo com o qual a minha geração cresceu e passou a amar. Ninguém, ninguém da minha geração não gosta do Ronaldo.

Tem gente que fala que Pelé não foi tudo isso, que Zico amarelou na Copa, que Romário não corria, que Zidane era destemperado, que o Gaúcho é pouco pelo que poderia ter sido, etc......mas o que falam de Ronaldo? Ele foi mal? Não correspondeu às expectativas?

Ronaldo é um craque inconteste, um gênio irrepreensível dentro das quatro linhas.

Não à toa, desde pequeno, em todos os times que joguei, eu sempre quis a camisa 9. Sempre me inspirei no R9. Ronaldo foi ídolo pelos gols, pela trajetória, pelas recuperações, pelas ressurreições, pelos títulos, recordes, e pelo carisma.

E não fui o único. Em imagens do mundo inteiro vimos camisas da seleção com o 9 de Ronaldo estampado nas costas. Na Europa, na Ásia, na África.

Ronaldo também errou diversas vezes, como homem público que é. Tal como no futebol e as guerras contra os joelhos, Ronaldo sempre se reergueu na vida pública. Muitas vezes, sem abrir a boca, sem falar uma palavra. O carisma é uma tatuagem que Ronaldo sempre carregou sem fazer qualquer esforço.

Claro que se Ronaldo abrisse a boca os dentes separados poderiam render mais alguns milhões com alguma ação de marketing....Rei do marketing, Ronaldo revolucionou o futebol, as cifras, a exposição de um jogador. Revolucionou também a palavra fenômeno, a figura do camisa 9 que antes era o atacante paradão que esperava pela bola.

Das cirurgias aos títulos, da convulsão ao recorde de gols em copas. Isto é Ronaldo, isto é Fenômeno.


Obrigado pelas alegrias, pelos ensinamentos. Obrigado pela copa de 2002, pela camisa 9, pelo carisma, pela trajetória toda.

Obrigado, sobretudo, por aquele outubro de 1996, quando você pegou a bola no meio campo, driblou e apanhou do time inteiro do Compostela e marcou a minha memória para sempre.

Obrigado, R9.


Rico Moreira, r9.
@FutebolBotequim (twitter)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A massa é burra

A mais antiga das histórias que me lembro de um craque ter sido expulso pela torcida aconteceu com Rivellino. Após perder o Paulistão de 74, foi um dos mais cobrados pelo vice-campeonato e sem ambiente no Corinthians se transferiu para o Fluminense, onde atingiu o auge de sua carreira.

Mais recentemente essa situação se tornou mais corriqueira. Basta um time perder uns jogos importantes na temporada que a torcida expulsa os melhores jogadores do time, como se ajudasse.

Muita gente fala que é por culpa de meia dúzia de gatos pingados ou que essas manifestações ocorrem a mando de alguém, papo furado. A massa, com ou sem razão, que toma essas decisões!

No São Paulo houve a expulsão dos “pipoqueiros” Kaká e Luís Fabiano. O primeiro foi eleito posteriormente o melhor jogador do mundo e o São Paulo ficou, desde sua saída, um bom tempo sem um camisa 10. Do outro lado do muro houve a expulsão dos “baladeiros” Diego Souza e Vagner Love. O Palmeiras continua há tempos sem um título de expressão.

Novamente Corinthians  

A Fiel torcida Corinthiana tem se especializado no assunto e levado ao pé da letra a frase: “uma torcida que tem um clube”. Expulsaram Carlitos Tévez em 2006, um dos grandes atacantes do mundo, e Roberto Carlos na última semana, o maior lateral esquerda da história e um dos melhores da posição no país.

Nos dois casos as explicações foram financeiras, mas não dá para negar o efeito eliminação na Libertadores. Ou alguém acha que Tévez ou Roberto Carlos teriam saído em caso de classificações?

A massa não pode se comportar assim, não ajuda em nada o clube. Fazer cobranças no treino não deu o título Brasileiro em 2010, não trouxe um atacante melhor que o argentino em 2006 e deixou a lateral esquerda nos pés do limitado Fábio Santos. Muito menos trouxe o troféu mais cobiçado pelo Timão.

Até quando?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Porque os clássicos no Rio são espetáculos e nos de São Paulo falta magia

Esse post nasceu de um acalorado debate sobre os clássicos do último fim de semana (Fluminense x Botafogo e Palmeiras x Corinthians) no nosso boteco virtual, “O Chat”, quando Pedro Rocha, o sociólogo da bola, colocou:

“Clássico no Rio é sempre jogo aberto, suicida, pra frente. Enquanto em São Paulo o clássico é sempre truncado, estudado, marcação forte e poucos gols”.

De fato, tem sido assim nos últimos tempos, salvo raras exceções.

A partir dessa preposição, os sete membros do “Chat” e convidados escalaram as respectivas seleções de cada estado, formadas apenas com os 4 grandes. Segue o resultado:

Rio de Janeiro
São Paulo
Jefferson
Rogério Ceni
Léo Moura
Jonathan
Dedé
Miranda
Gum
Chicão
Carlinhos
Roberto Carlos
Willians
Jucilei
Thiago Neves
Arouca
Conca
Ganso
Ronaldinho Gaúcho
Elano
Fred
Neymar
Louco Abreu
Kléber Gladiador


Muricy
Felipão

Observando as seleções dá para ver o porquê do campeonato carioca ser conhecido como estadual mais charmoso do país e o paulista ser o mais disputado. A seleção carioca é composta por jogadores mais emblemáticos e simbólicos se comparados com a eficiente e bem armada seleção paulista.

Sei que essa não é a única explicação para a afirmativa, talvez nem exista, mas não deixa de ser um exercício interessante de se fazer. Imaginar os melhores do Rio contra os melhores de SP é como uma reprise da semi-final da UCL de 2010, entre Barcelona e Inter de Milão.


Pena para os paulistas que nos últimos anos, em campeonatos brasileiros, o resultado tenha sido diferente. Sorte, em todos os aspectos, dos cariocas.

Quais as suas seleções e como imagina o placar de uma disputa entre RJ e SP?

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os 5 erros capitais (motivo de piada dos rivais) do Corinthians

1 – Brasileirão 2010. Começando pelo fim do ano passado, o Corinthians fez de tudo para entregar o Brasileirão. Perdeu jogos fáceis em casa, empatou com os rebaixados Vitória e reservas do Goiás, e acabou se classificando para Pré-Libertadores. O que para todos Corinthianos era, até quarta passada, garantia de que disputariam mais uma edição do torneio. Não foi.

2 – Planejamento. Para dois mil e onze o SCCP não se planejou, ou melhor, se desplanejou. Vendeu o Elias, quando era para ter se desfeito do Jucilei e Bruno César (peças mais fáceis de ser repor), e contratou um pacotão digno daquele de 2004. Com praticamente o mesmo time jogando pior que no ano passado, vide Paulistão, não iria dar muito certo. Culpa do Andrés?

3 – Bruno César. O time e torcida (tinha gente que queria ele na seleção) confiou demais no craque revelação do campeonato Bruno César. Venho dizendo há tempos no blog que se trata de um jogador mediano, no máximo, e que não serve para armar o jogo. Depois de uma “briga” com o Ronaldo, em razão de não tocar a bola, foi para o banco e deu lugar ao Paulinho. A outra esperança para a posição era o Ramirez, o Roger na eliminação para o River em 2003.

4 – Ronaldo. Não é só Bruno César que vem jogando mal. Ronaldo, a quem a Fiel deposita suas esperanças, parou de jogar. É um craque de bola, mas o time não pode depender dele. O Fenômeno tem errado diversos passes e jogadas, jogado de costas para o gol (culpa do Tite) e muito aquém fisicamente daquele jogador de 2009. Ele disse em janeiro que iria trabalhar duro para ter um ano ótimo e aposentar-se no fim do ano. Aposto em abril (se bem que o Mauro Naves aposentou ele ontem), mas vai depender dos gramados no Brasil.

“Ronaldo tem se preocupado cada vez mais com o que vai fazer quando aposentar do que com sua carreira de jogador. Vai na balada de monte, fuma, bebe, faz gracinha na twitcam e sai pra jantar com Demi Moore e quem mais quiser. Eu sempre acreditei que quanto pior a situação, maior seria a volta por cima do Fenômeno, ontem pela primeira vez ele foi derrotado, e não deu a volta por cima”, complementa Pedro Rocha, mais um louco do bando de loucos.

Será que o CAPITÃO continuará como queridinho da Fiel?

5 – Timinho. Libertadores são outros 500. Não basta ter um time bom, tem que ter muita garra. O Corinthians não teve nenhum dos dois. Foi um time apático em São Paulo e assistiu o Tolima jogar na Colômbia.

“O Corinthians é um time acostumado a jogar feio, ter raça e lutar até o fim, acho que o problema não é falta de garra, o problema é o desequilíbrio psicológico de um time eternamente pressionado a ganhar o torneio que lhe falta. É a pior situação possível, pois mesmo com um time experiente, tarimbado e com jogadores acostumados à pressão e decisões, a pressão por ganhar a libertadores envenena o rendimento do time e o nervosismo sobrepõem-se ao futebol”, finaliza Pedro Rocha.

A defesa não fez nada. Chicão não consegue jogar sozinho e não pode ter o Gastán comandando a linha de impedimento. O Alessandro, guerreiro de luta de travesseiro, e o Fábio Santos, substituindo o melhor do time, fizeram o favor de complicar as coisas ainda mais. Julio César não merece comentários, não falhou em nenhum dos 2 gols, mas não passa de um jogador mediano.

O meio campo se esforçou. Jucilei e Ralf vão sempre bem e só, não dá pra esperar que resolvam o jogo. O Paulinho não vi em campo, e o Cachito Ramirez, depois de um golaço no fim de semana, jogou sua carreiro pro ar.

O ataque foi o pior setor do time. Dentinho, que vira craque quanto o time está ganhando de monte, caiu bastante. Dentão deu um chutaço pro gol e mais nada. Jorge Henrique lutou bastante, talvez o único que jogou de corpo e alma.

O Tite tem pequena parcela de culpa nessa história. Ele pode ser burro e ineficiente, mas quem faz acontecer em campo são os jogadores. O gaúcho deve cair no domingo após a derrota para o arquirrival Palmeiras.

Taí, deu no que deu...


Rodolfo Castro
@FutebolBotequim (twitter)